DJ Peixe: O Som que Marcou Gerações em Maceió

Henrique Faezy, mais conhecido como DJ Peixe, é quase um patrimônio da noite de Maceió.

Empresário e artista, ele acompanhou de perto a evolução das festas e casas noturnas que marcaram a memória de toda uma geração.

Com quase 30 anos de carreira, foi um dos pioneiros no mercado de locação de equipamentos para eventos em Alagoas, transformando um hobby em um grande negócio.

Tudo começou na adolescência. Aos 14 anos, Peixe já acumulava equipamentos em casa — alguns fabricados por ele mesmo, outros adquiridos.

Começou emprestando os aparelhos para amigos, mas logo percebeu que o serviço precisava ser mais organizado.

“Na terceira vez que emprestei, já cobrei uma taxa para desmontar e transportar. Assim nasceu o Equipamentos Peixe”, conta.

O kit inicial, ainda nos anos 1980, era simples: uma máquina de fumaça, uma luz negra, uma estroboscópica e um sistema de som. “Era paixão mesmo.

A música nasceu junto com o gosto pela eletricidade. Montava circuitos, desmontava e remontava tudo”, relembra.

Com o tempo, Peixe passou a fabricar seus próprios efeitos. Ele conta, por exemplo, sobre a criação da primeira máquina de fumaça com uma chapa aquecida e glicerina pingando a partir de um soro médico.

“As pessoas contratavam pra ver a fumaça”, brinca. Naquela época, poucos equipamentos faziam uma festa, mas hoje, segundo ele, a tecnologia exige constante atualização: “O meu primeiro sistema de som durou 15 anos. Hoje trocamos anualmente.”

Atualmente, a empresa conta com 15 funcionários e atua nas áreas de áudio, vídeo, luz e geração de energia. Mas Peixe continua sendo DJ. “É difícil conciliar, mas um puxa o outro. Faço o que gosto e vivo disso. Alimentar meus filhos com o que amo fazer é uma bênção.”

Peixe começou quando a figura do DJ ainda era secundária nas festas.

“Preparávamos as sequências em casa com deck de rolo. Dávamos play e observávamos a reação das pessoas na pista.” Com o tempo, o DJ deixou o bastidor e ganhou o palco: “Hoje é quase um artista.”

Apesar de ser um ícone da cena alagoana, Peixe nasceu em Brasília. Veio a Maceió com a família durante as férias. “Quando chegaram às piscinas naturais, meu pai ligou de lá mesmo e disse: ‘vende tudo, não saio mais daqui’.” A mudança foi definitiva.

Ele logo se enturmou, graças à quantidade de equipamentos que levava às festas. “Virei o primeiro convidado de todos os assaltos”, lembra, referindo-se às festas caseiras típicas da época, onde cada um levava algo.

Peixe se tornou uma referência não apenas por seu talento como DJ, mas por sua capacidade de se reinventar e empreender.

Sua trajetória é a prova de que paixão, persistência e criatividade podem construir um legado — e marcar para sempre o ritmo de uma cidade.

DJ Peixe

Inovação, Tradição e o Som que Nunca Para

Continuando o bate-papo com DJ Peixe, um dos nomes mais icônicos da noite alagoana, mergulhamos ainda mais fundo em sua trajetória, suas inspirações e a evolução do mercado de festas e eventos em Maceió.

O apelido “Peixe” surgiu nos tempos de escola, no Colégio Marista. “Foi a turma que colocou.

Hoje, eu não seria o Peixe se fosse o Henrique”, brinca. O apelido pegou tanto que acabou influenciando até o nome da empresa.

Inicialmente chamada IluminaSom, a empresa passou por uma mudança inusitada após um episódio em uma licitação pública.

“O rapaz disse que estavam esperando o IluminaSom e o Peixe. Eu falei: pode começar, sou os três.

Foi aí que mudei para Equipamentos do Peixe.”

O nome virou marca registrada e deu origem, inclusive, ao Aquário, uma das casas noturnas mais memoráveis da Pajuçara. “Acho que o Aeroporco marcou uma geração, mexeu com Maceió e até com o Brasil”, lembra. Peixe esteve por trás de muitos projetos — da parte técnica à assessoria de marketing — seja como sócio ou prestador de serviço.

Apesar do sucesso, o mercado de casas noturnas tem seus desafios. “O Nordeste é dia, é praia.

Competir com isso exige excelência. A vida útil de uma casa é curta.

A pessoa já entra sabendo disso”, explica. Ainda assim, cada projeto é encarado com paixão e inovação.

Quando o assunto é tecnologia, Peixe não para. “Meu primeiro sistema de som durou 15 anos.

Hoje, trocamos todo ano. É uma busca diária por novidades.” Curiosamente, ele evita assistir a outros shows para não se influenciar.

“Prefiro criar do zero. Cada projeto é único, da luz ao cenário, passando pela trilha sonora.”

Como DJ, adapta-se a qualquer público. “Sou eclético. Em um casamento, tem criança e idoso. É preciso agradar o maior número possível de pessoas.”

Os pedidos de última hora fazem parte do jogo. Ele lembra de um caso recente em que a noiva mudou a música da entrada em cima da hora.

“Tive que tocar direto do YouTube pelo iPhone. Deu certo, mas quase infartei.”

A experiência de Peixe com tecnologia atravessa décadas. Do deck de rolo ao pendrive, ele viu e viveu todas as transições. “Meu filho perguntou o que era uma fita cassete.

Disse que era o pendrive do papai.” Hoje, leva equipamentos de sobra para evitar imprevistos. “Levo notebook principal, reserva, CDs, pendrive. O som não pode parar.”

Entre inovação, improviso e paixão, DJ Peixe segue como uma figura central da cultura noturna de Maceió, provando que quem ama o que faz nunca sai de cena.

DJ Peixe

Uma Vida de Festa, Tecnologia e Paixão

Com 28 anos de carreira, DJ Peixe — ou Henrique Faezy, como só a mãe ainda o chama — é uma das figuras mais conhecidas e respeitadas da noite alagoana.

Além de marcar presença nos eventos mais emblemáticos de Maceió, ele também atua fora do estado, sendo contratado por agências de São Paulo como DJ e diretor técnico.

Essa vivência o permite comparar mercados. “Maceió está muito bem servida. Em termos de qualidade, de profissionais, de estrutura.

E com um custo muito mais acessível que outras capitais”, afirma. Além disso, destaca uma característica única: “O alagoano é muito mais festeiro. Dança, brinca, se entrega.”

Como DJ, Peixe já tocou em todo tipo de festa — e conta que, mesmo variando bastante o repertório, algumas músicas atravessam gerações.

“A mais tocada, com certeza, é I Will Survive , da Gloria Gaynor. E hoje tem Anitta no topo com Show das Poderosas .”

No campo da inovação, Peixe está sempre um passo à frente. Um dos destaques atuais é o videomapping, técnica que permite projeções animadas sobre objetos e superfícies, criando cenários virtuais com apenas um projetor.

“Usamos recentemente na premiação da Ademi. As letras do cenário pareciam ter vida própria. É um efeito visual impactante.”

A tecnologia na iluminação também avança rápido. “Uma lâmpada de 180 watts hoje supera uma de 2500 watts de alguns anos atrás.

É uma revolução constante.” Mas com essa velocidade vem o desafio do investimento contínuo.

Apesar de viver da música, em casa Peixe busca o oposto do som. “Não tenho CD no carro, nem rádio ligado. É meu momento de silêncio.

Nem meus filhos querem saber de DJ — acho que por crescerem me vendo sempre viajando, desenvolveram até um certo bloqueio.”

Nos momentos de folga, ele prefere o básico: ficar em casa vendo TV e comendo pipoca. “Meu descanso é o inverso do que vivo nas festas.”

Já nas maratonas de eventos, o corpo se adapta. “Já virei 48 horas sem dormir. Mas tenho uma vantagem: durmo a hora que quiser, onde quiser.”

Ao longo da conversa, ficou claro que, mesmo com toda a correria, Peixe jamais perdeu o prazer pelo que faz.

A paixão pela música, pela luz e pelo espetáculo ainda o movem — assim como a capacidade de inovar e se reinventar.

Ao final da entrevista, ele agradece com o mesmo entusiasmo que tinha no início da carreira.

O garoto apaixonado por circuitos virou referência em criatividade e profissionalismo — comunicando-se hoje não só pela música, mas por tudo o que constrói.

Grupo Peixe